No Glossário de Filosofia da Caixa Preta, Vilém Flusser associa o aparelho fotográfico a um brinquedo capaz de traduzir pensamento conceitual em fotografias e designa o fotógrafo como o agente capaz de subverter a previsibilidade embutida nos mecanismos deste aparelho.
Flusser afirma ainda que “as imagens técnicas imaginam textos que concebem imagens que imaginam o mundo (...) e são dificilmente decifráveis pela razão curiosa de que aparentemente não precisam ser decifradas”. Deste modo “o que vemos ao contemplar as imagens técnicas não é o mundo, mas determinados conceitos relativos ao mundo, a despeito da automaticidade da impressão do mundo sobre a superfície da imagem”.
As câmeras de BRINQUEDOGRAFIA foram “reprogramadas” para gerar reflexões sobre imagem e não mais imagens. Pelo visor, podemos apenas ler citações de autores como Lucia Santaella, Philippe Dubois, Julio Cortazar, Susan Sontag e Roland Barthes acerca da natureza artificial da imagem técnica.
Deste modo, desconstruindo o ato de fotografar, BRINQUEDOGRAFIA antecipa ao espectador que, antes ver ou fazer uma imagem, é preciso refletir sobre o que ela representa.
Ao contrário da câmera tradicional que oculta seus “textos”, BRINQUEDOGRAFIA abre uma fresta de luz na caixa-preta.
(Tom Lisboa)
>> FRASES INSERIDAS NAS CÂMERAS
Imagens são mediações entre o homem e o mundo. (Vilém Flusser)
Você não tira uma foto, você cria uma foto. (Ansel Adams)
A fotografia é o advento de mim mesmo como outro. (Roland Barthes)
Imagem é um lugar que não existe. (Ananda Carvalho)
Hoje, tudo existe para terminar em uma fotografia. (Susan Sontag)
A imagem é um limite perto do indefinido. (Maurice Blanchot)
A imagem é uma busca pela vida, pelo duplo. (Régis Debray)
A imagem é universal, mas sempre particularizada. (Jacques Aumont)
As fotografias podem mentir. (Umberto Eco)
Imagem é uma interpretação-transformação do real. (Philippe Dubois)
Todo olhar se resume em falsidade. (Julio Cortázar)
Controlar as imagens é uma forma potencial de poder. (Lucia Santaella)
segunda-feira, 17 de março de 2014
inside the camera / Visualização do interior de uma câmera de Brinquedografia (2)
TRANSLATION
Susan Sontag — 'Today everything exists to end in a photograph.
terça-feira, 28 de maio de 2013
Entrevista: Uma década de intervenções urbanas e BRINQUEDOGRAFIA
Entrevista veiculada na UFPRTV, no dia 23/05/13, sobre a década de intervenções em Curitiba e o lançamento de Brinquedografia.
Clique aqui para assistir.
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domingo, 19 de maio de 2013
Celebrating a decade of photographic work
TOM LISBOA CELEBRATES A DECADE OF URBAN INTERVENTION IN CURITIBA WITH BRINQUEDOGRAFIA (TOY-OGRAPHY)
For the tenth consecutive year and again in May, the visual artist Tom Lisboa creates a new artistic project for Curitiba. Those who followed his work at this time, know that parks, bus stops, public telephones, trees, billboards and sidewalks are as important as the walls of a gallery or museum.
In his new work, entitled BRINQUEDOGRAFIA, the artist brings a literal sense towards Vilém Flusser´s affirmaton written in his book Towards a Philosophy of Photography: "the photographer is a person who can insert unforeseen information in the image by interfering at the photographic apparatus". Instead of facing the complex mechanisms of the digital camera, Tom acquired 100 toy cameras (those in which a pre-printed translucsent disc rotates, reproducing a different picture in the viewfinder whenever you press the button), disassembled them, deleted the original impression and replaced them with texts that bring reflections of authors like Flusser, Susan Sontag, Lucia Santalella and many others about general imagery.
All cameras modified in this series were numbered and signed by the artist. Throughout the month of May they will be spread around various locations of the city such as parks, museums, cafes and cinemas so that the general public can interact with them.
For the tenth consecutive year and again in May, the visual artist Tom Lisboa creates a new artistic project for Curitiba. Those who followed his work at this time, know that parks, bus stops, public telephones, trees, billboards and sidewalks are as important as the walls of a gallery or museum.
In his new work, entitled BRINQUEDOGRAFIA, the artist brings a literal sense towards Vilém Flusser´s affirmaton written in his book Towards a Philosophy of Photography: "the photographer is a person who can insert unforeseen information in the image by interfering at the photographic apparatus". Instead of facing the complex mechanisms of the digital camera, Tom acquired 100 toy cameras (those in which a pre-printed translucsent disc rotates, reproducing a different picture in the viewfinder whenever you press the button), disassembled them, deleted the original impression and replaced them with texts that bring reflections of authors like Flusser, Susan Sontag, Lucia Santalella and many others about general imagery.
All cameras modified in this series were numbered and signed by the artist. Throughout the month of May they will be spread around various locations of the city such as parks, museums, cafes and cinemas so that the general public can interact with them.
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